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Problemas na SuperVia só serão resolvidos em 2016, diz Júlio Lopes

22/01/2014 11:08

 

  • Secretário foi hostilizado ao chegar no local de descarrilamento
  • Para especialista, SuperVia tem plano de contigência ineficiente

O GLOBO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)

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Secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, ri com os engenheiros durante visita ao local onde ocorreu o descarrilamento de trem Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, ri com os engenheiros durante visita ao local onde ocorreu o descarrilamento de trem Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, disse, nesta quarta-feira, que os problemas enfrentados pelos usuários da SuperVia só serão resolvidos em 2016. Durante a vistoria do trem que descarrilou entre as estações São Cristóvão e Maracanã, na Zona Norte, Lopes culpou as décadas de abandono pelos recorrentes problemas no sistema ferroviário. Segundo o secretário, daqui a dois anos, todas as antigas composições — algumas com até 30 anos — serão substituídas por trens confortáveis. Ao chegar no local do acidente, Lopes foi hostilizado por passageiros. Seguranças tiveram de ser chamados para proteger o secretário.

— Quero registrar que não tivemos nenhuma vítima e que ocorrências em sistemas ferroviários existirão sempre. O que houve hoje foi uma interrupção de todo o sistema, mas estamos desde cedo acompanhando o trabalho para que a população volte às suas residências — disse.

A composição, que seguia da Central do Brasil para Saracuruna, atingiu a rede aérea por volta das 5h15m e, com isso, parte da estrutura que sustenta a rede aérea caiu. Por conta do acidente, a circulação nos principais ramais ficou prejudicada, já que os trens estão impedidos de chegar à Central. O secretário ainda admitiu problemas na restituição das passagens, após o acidente desta quarta-feira. Júlio Lopes explicou que, quando há uma paralisação total do sistema, não há plano de contingência suficiente.

'Supervia não tem plano de contingência eficiente'

O professor da Uerj especialista em transportes, Alexandre Rojas, criticou a falta de planejamento da SuperVia para oferecer um atendimento adequado aos passageiros quando há problemas no serviço. Segundo ele, o sistema da concessionária é antigo e tem a manutenção deficitária, o que demandaria, ao menos, um bom plano de contingência. No entanto, esse serviço é falho.

— A concessionária tem dois problemas: seu trilho ainda é assentado em dormente de madeira, material que racha e envelhece, e seus trens são antigos e não tem a manutenção ideal. O trem que descarrilou hoje tem 30 anos de uso. Os dormentes estão sendo trocados por novos de concreto no trecho da Central até São Cristóvão, para atender ao Maracanã durante a Copa do Mundo. O trecho que apresentou problema fica próximo ao local em obras, onde estão sendo utilizadas bate-estacas. Um dormente que já não é de boa qualidade sob a pressão provocada pelo uso desses equipamentos perto dali favorece o desalinhamento dos trilhos — disse Rojas.

O especialista ressaltou ainda que trens trafegam em baixa velocidade no trecho onde houve o acidente e por isso não houve feridos. Rojas acrescentou ainda que um de seus alunos na UERJ preparou o protótipo de um sistema capaz de informar os passageiros, via internet, dos horários de saída dos próximos trens de cada plataforma, serviço que a concessionária já poderia ter disponibilizado.

— Trata-se de algo trivial. A SuperVia não está tratando seus clientes como deveria. Ações de contingência não envolvem custos altos e estão direcionados à relação com o cliente.



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